quarta-feira, 5 de março de 2008

No sacudir dos galhos

Bem que o vento podia levar consigo as desaventuranças nossas de cada dia. Nossos medos, anseios, esperanças infundáveis, lembranças que nos prendem a um passado que ainda não se transformou em passado.Que nos levasse onde temos que ir, onde realmente encontremos o sentido de tudo, se é que existe mesmo um sentido, se precisa existir.Onde a necessidade de se sentir querido, amado, vivo em um coração, seja mais que uma necessidade. Seja algo que se torne tão obvio, e tão comum a nossos dias a ponto de não nos fazer mais falta.
Vento esse que com a mesma intensidade que leva a pluma que a criança brinca para o alto, clareia infinitos espaços transformado em energia;Refresca momentaneamente um pequeno ferimento e também movimenta infinitos grãos de areia no deserto.Bem que essa brisa que bagunça meus cabelos, podia abrir meus olhos,Me fazer ver além do reflexo do sol na água. Além da minha janela, da lente embaçada dos meus óculos. Além das horas, dos rostos e dos sentimentos. Além do que eu quero ver. Até onde eu preciso olhar.
Ao invés disso, trás com sigo gotas de chuva, branda ou com entusiasmo. Combinação essa que pode causar grandes estragos ou então, acalmar e devolver ao seu devido lugar uma alma que longe foi com o vento, sem mesmo ter tirado os pés do chão.

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